O ingresso na EsPCEx é feito por intermédio de um concurso de admissão realizado anualmente a nível nacional, para jovens do sexo masculino que estejam cursando, ou tenham concluído, a Segunda Série do Ensino Médio. O aluno da EsPCEx realiza em um ano, um curso equivalente à Terceira Série do Ensino Médio, acrescido de formação militar necessária ao futuro cadete da AMAN. Inclui-se, além das disciplinas do último ano do Ensino Médio, a disciplina de Instrução Militar, entre outras de cunho preparatório para a AMAN e a vida militar.
A Origem
A Escola Preparatória de Cadetes do Exército teve sua origem em 1939, com a transformação do Colégio Militar de Porto Alegre em "Escola de Formação de Cadetes". Essa experiência, associada ao grande interesse dos candidatos pelo ingresso na Escola Militar de Realengo, incitaria o governo a criar outras escolas similares. Dessa forma, pelo Decreto-Lei nº 2584, de 17 de setembro de 1940, surgia a Escola Preparatória de Cadetes de São Paulo, instalado no edifício destinado, anteriormente, ao Hospital Sírio-Libanês, situado na rua da Fonte, 91, bairro da Bela Vista.
Em 1942, foi criada, também, a Escola Preparatória de Fortaleza e em 1946, São Paulo, instituiu-se a SRL (Sociedade Recreativa e Literária), órgão representativo do corpo discente, expressão da comunidade estudantil, que viria a se constituir em estimulante auxílio para a diversificação das atividades dos alunos na vida escolar. Nesse mesmo ano é realizado o primeiro baile de encerramento, no Teatro Municipal de São Paulo, que viria a tornar-se o famoso e tradicional "Baile do Adeus".
As três Escolas Preparatórias de Porto Alegre, São Paulo e Fortaleza atravessaram as décadas de 40 e 50 em franca atividade, mas em 1962, por decreto presidencial, as escolas de Porto Alegre e Fortaleza foram extintas, restando apenas a Escola Preparatória de São Paulo, nessa época já transferida para Campinas. De fato, a Escola Preparatória funcionou em São Paulo por 18 anos. O ano de l958 seria o último ano de funcionamento da Escola em São Paulo, em 1959 por decreto, a sede foi transferida.
A transferência para Campinas
A transferência da Escola para Campinas começa no início da década de 1940, com as gestões do interventor federal Fernando Costa, que governava o estado de São Paulo. Para que Campinas fosse sede de uma Escola Preparatória de Cadetes, correram as despesas de sua instalação por conta do governo estadual. A doação inicial do terreno foi feita pelo Decreto-Lei 13.906, de 20 de março de 1944, ficando condicionada à conclusão da obra a instalação da Escola.
Aceita a forma de viabilizar a ideia, por intermédio de acordo firmado entre o Ministério da Guerra e o estado, encarregou-se do projeto o arquiteto Ernani Val Penteado, que o justificou deste modo: "O referido projeto consiste em um conjunto de quatro pavilhões, ao redor de enorme praça de armas, contando, para maior facilidade de circulação, com grandes galerias na face interna. Por que quatro pavilhões? Porque três se destinariam aos alunos em preparação para cada uma das três armas (Marinha, Exército, Aeronáutica), ficando o quarto com o curso básico, formado pelo primeiro ano".
Escolhida a área na região da Fazenda Chapadão, a obra foi iniciada em 1944. O Governo do Estado de São Paulo conduziu a obra até o estágio conveniado para então passá-la ao Ministério da Guerra, a quem caberia concluí-la. Face à sua magnitude, faltaram recursos, na época, para a conclusão e, durante alguns anos, a obra ficou parada e a Escola abandonada. O estado, em consequência, anulou a doação feita em 1944.
Em 1958, o Exército voltou a se interessar pelo projeto. Contatos realizados pelo então Comandante do II Exército com o Governo do Estado resultaram em mensagem à Assembléia Legislativa, datada de 29 de abril de 1958, encaminhando o Projeto de Lei nº 555, que autorizava a Fazenda Estadual a alienar, por doação ao Ministério da Guerra, o imóvel destinado à instalação da Escola Preparatória de Cadetes de Campinas.
O avaliador do Estado, quando da apreciação do referido Projeto de Lei, assim se pronunciou: "O prédio foi construído para fins militares, pois a sua destinação original era a instalação da escola preparatória de cadetes. O seu aspecto externo e de conjunto, entretanto, não denunciam um quartel. É belo e agradável à vista, com a sua fachada em estilo colonial. A sua estrutura, demasiadamente pesada, é que mostra para que fim foi construído. Previu-se , naturalmente, uma fortaleza inexpugnável".
A Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa, ao dar parecer favorável à doação, registrou: "Trata-se de uma medida de máximo interesse do ministério da guerra e também do nosso estado, em cujo território se instalará um estabelecimento de ensino destinado à preparação dos futuros oficiais do exército." A doação do imóvel ocorreu, solenemente, no dia 25 de agosto de 1958. Finalmente, no ano seguinte, a Escola foi transferida para Campinas.
Extinção
As dificuldades não ficaram restritas apenas às obras. O Decreto nº 166, de 17 de novembro de 1961, transformava as Escolas Preparatórias de Porto Alegre e de Fortaleza em Colégios Militares e em seu artigo 3º, reservava uma surpresa desagradável para a Escola: "A Escola Preparatória de Cadetes de Campinas deverá ser extinta em 31 de dezembro de 1963 e, a partir do ano letivo de 1962, não mais receberá novos alunos para o primeiro ano".
A opinião pública de Campinas levantou-se e pressionou o governo a favor da permanência do estabelecimento de ensino na cidade. O Comando da Escola sofreu diretamente as consequências desse dilema, até que a decisão fosse revogada no dia 26 de novembro de 1963, quando já se expirava o prazo para o seu fechamento.
Renascimento
Superadas as dificuldades, a partir de 1964, a Escola novamente encontrou o seu destino. As obras de acabamento foram reiniciadas em 1967; mudou-se a sua denominação de "Escola Preparatória de Campinas" para "Escola Preparatória de Cadetes do Exército". As mudanças atingiram sua área física, suas instalações, seus servidores e seu currículo.
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